sexta-feira, 7 de setembro de 2012

"Rock of Ages" e o preconceito com musicais.

Postado por Hellen às 12:52 7 comentários
Título gigante, mas eu quero aproveitar a oportunidade, já que nunca falei de musicais aqui, para falar do preconceito que as pessoas tem com eles. Ontem eu fui assistir "Rock of Ages" e tive que ir praticamente correndo porque era ontem ou só no DVD, isso porque o filme alcançou a marca de duas semanas em cartaz aqui na terrinha soteropolitana. Sendo que nessa última semana só sobraram uns 3 horários (em uma cidade com mais de 50 salas). Por que? Bom porque não tem público para esse tipo de filme. Simplesmente por ser musical. Eu conheço MUITA gente, muita mesmo que nunca assistiu a um musical na vida mas fala que não gosta, ou acha idiota e sem propósito. O que é muito triste, porque estão se privando de um dos estilos mais divertidos de se contar uma história. Que faz você sair de uma sala de cinema super feliz e cantando, ou simplesmente maravilhado com os números  de dança. Agora deixando meu manifesto de "vão ao cinema assistir musicais" de lado. Vamos ao Rock of Ages.
O filme é passado em 1987 quando o Rock estava gritando a sua liberdade de expressão. E aí nós começamos com  Sherrie (Julianne Hough) chegando em Hollywood para tentar uma vida de cantora quando, em uma situação receptiva não muito agradável, ela conhece Drew (Diego Boneta) que trabalha de garçom na casa de shows Bourbon, referência de Rock na cidade. A partir daí eles se apaixonam e coisa e tal, tendo aquele romance fofinho e cheio de estrelinhas que todo mundo gosta. Mas é claro que tudo acontece regado da  cantoria dos anos 80 para ficar 2X vezes mais amorzinho.
*dying with the cuteness*

Neste período o Bourbon está indo de mal a pior então para salvá-lo seus administradores Dennis (Alec Baldwin) e Louis(Russel Brand) conseguem que o grande astro do Rock, Stacee Jaxx (Tom Cruise) faça a apresentação que os tiraria do buraco. Mas como "you can't always get what you want" o que acontece é uma montanha de imprevistos, encontros  e desencontros que deixam o Bourbon mais na ribanceira ainda e nosso casal ternurinha super balançado. O filme me contagiou  com suas músicas e números muito bem colocados (porque musical bom também é musical que sabe a hora que deve cantar e como fazer isso), mas dizem que a galera que viveu essa época é quem mais se emociona só de lembrar seus tempos de glória. Apesar de ter nascido nos anos 80, eu só peguei o finalzinho mesmo então não consegui presenciar nada disso. Quando eu já  compreendia alguma coisa era o Pop que dominava o mundo com suas boybands e girlbands que eu acho que todo mundo com mais de 20 anos presenciou. O filme ocorre no gancho em que todos achavam que qualquer manifestaçãozinha do Rock era rebelde e desbocada demais e estava ocorrendo o nascimento dos grupinhos puro amor com seus passinhos sincronizados.
Um dos pontos mais altos de Rock of Ages é o elenco, em especial Tom Cruise que parece que nasceu para cantar em um banda Rock, aqui ele abrilhanta mais uma vez sendo a principal estrela do filme. Fora ele, o filme conta com  Alec Baldwin em parceria com Russel Brand que criam o elenco mais cômico (isso porque eu nem gostava do Russel). Catherine Zeta-Jones é ressuscitada das cinzas para viver a primeira dama que quer livrar a cidade do pecado. E a duplinha iniciante Julianne Hough e Diego Boneta que vivem o casal de quem a maior parte da trama gira em torno.
Então se você mora em uma cidade na qual o filme ainda está em cartaz e não viu, eu sugiro que você se mexa e vá para o cinema liberar essa estrela do rock que há em você. E ainda sair de lá dançando com o pensamento de "e o próximo musical estréia quando?"

Trailler:



E uma das músicas favoritas.


E aí todo mundo já dançando na frente do PC.
Nota:
   

terça-feira, 10 de julho de 2012

Hellen & Fotografia = OTP

Postado por Hellen às 18:35 4 comentários

"Em minha confusa busca por fotos 'extraordinárias', eu ignorei muitos momentos simples e próximos da vida real e cotidiana. Quando eu me lembro, penso que poderia ter tido mais deles." Joe McNally
 Hola. Nos últimos tempos toda as vezes que entro em uma livraria eu tenho corrido para um lado diferente dos meus amados livros de ficção. O vício agora é ficar namorando toda a seção de fotografia. E toda as vezes sempre tem algum livro que eu quero levar correndo para casa, mas como não ando distribuindo dinheiro isso ainda não é possível, e livro de fotografia ao contrário dos demais não são mais baratos nos sites =(. Até agora consegui reunir três livros a minha "estante fotográfica": The Rough Guide to Digital Photography, Hot Shots e O Momento do Click. Recomendo os três? sim sim sim :).

Eu comecei essa paixão por fotografia logo quando começou a febre de câmeras digitais, qualquer pirralho tinha uma câmera para tirar aquelas "super" fotos e postar no seu fotolog. Pois é eu fazia parte desse "submundo". Aí eu descobri o magnífico mundo do flickr, vi o que era fotografia de verdade, me apaixonei e decidi "QUERO FAZER ISSO". Não como para viver, como um emprego, porque não suporto a ideia de alguém me dizendo "o que" fotografar. Nesse ramo eu sou meio teimosa e fotografo o que eu quero. Não vejo muita graça nesse negócio de ficar tirando foto dos outros sorrindo para a câmera forçadamente e nem nessas fotos de estúdio, isso é legal para guardar recordação, mas não foi isso que me chamou a atenção para aprender fotografia. Gosto muito do fotojornalismo mas não sei se me daria bem trabalhando com ele. Fotografia acaba sendo para mim o mesmo que a leitura, amo mas não faria disso meu emprego.Então ela é mais como um hobby para mim, tem gente que acha que eu sou louca em gastar tanto dinheiro se eu não quero ser "fotógrafa profissional" mas eu sou contra esse pensamento que a gente só deve investir em obrigações. E também no fim das contas essas pessoas acabam gastando bem mais do que eu em coisas como abadá de carnaval o que eu acho muito mais perda dinheiro. Parando de enrolação vamos aos livros:
The Rough Guide to Digital Photography, da Sophie Goldsworthy, é daqueles livros que todo principiante deveria ter. Eu não achei tradução dele para o português, mas isso até que foi bom para mim. Porque apesar dos livros de fotografia não serem baratos em lugar nenhum, aqui ainda vale a regra de "em inglês é mais barato", ele custa a metade da maioria dos livros em português e ainda é super atualizado, foi lançado só em outubro de 2011.  Ele aborda tudo desde qual câmera escolher até os ajustes finais da foto, tudo para principiantes mesmo. Explicando o que é profundidade de campo, balanço de brancos, velocidade do obturador, compensação de exposição, o que é espaço negativo e positivo, regra dos terços, tipos de filtro, tripés até mesmo qual a bolsa mais recomendada para você carregar a sua câmera e muitas (muitas mesmo) coisas mais. Eu aprendi técnicas que nem sabia que existiam como foto em HDR que serve para dar a foto a mesma variação de luz que nossos olhos são "programados" para dar diferenciando luz e sombras em uma foto. A Sophie fez o livro tão caprichadinho que se eu não desse nota máxima a ele estaria sendo injusta. Ela se dirige a todos os tipos de foto, das antigas compactas de filme até as profissionais digitais DSLR. Chegando a que programa de edição escolher, os prós e contras de cada um. Ela faz o mesmo com qual site escolher para hospedar suas fotos, onde e como criar um portifólio e um blog de fotografia. Onde fazer cursos e workshops online e como ganhar um dinheiro extra com as suas fotos, se for este o seu interesse. Quando eu comecei a folheá-lo na livraria já achei que seria bom, mas foi ainda melhor =). Ele só não se aprofunda muito em como editar suas fotos, mesmo porque esse não é o principal objetivo, mas ela dá dicas básicas que para mim já estão ótimas porque não sou muito fã de fotos com muita edição. Quanto menos editada melhor, se não precisar de edição nenhuma (também conhecida como SOOC) aí então está perfeita =D.
O Hot Shots, do Kevin Meredith e o Momento do Click do Joe McNally já são diferentes, porque o objetivo deles não é o de te explicar o que é cada função de sua máquina. Não, eles mostram as fotos deles e explicam como foram que chegaram até ela. O bom  desses livros assim como o da Sophie é que eles sempre tem todo um contexto por trás de cada foto (no caso da Sophie por trás de cada função) e não falam só daquela forma seca e cansativa (como um manual u.u). O Kevin é aquele tipo de fotógrafo que seria mais chamado de Street Photographer, ele sempre carrega uma câmera consigo e fotografa o tempo todo. Ele usa TODO tipo de câmera, um dos estilos favoritos dele é a lomografia com revelação por processamento cruzado (o que me deu vontade pegar a câmera antiga colocar o filme e pedir para revelar em processamento cruzado para ver no que dá XD). Ele mostra uma foto por vez e explica como atingir aquele resultado, com que câmera foi feita e como ela estava configurada na hora da foto.
O Joe segue a mesma fórmula de informar a história por trás de cada foto em o Momento do Click, a diferença está no tipo de foto que o Joe tira. Eu digo se algum dia eu desse a louca de querer trabalhar com fotografia era para ser uma Joe McNally. Ele já trabalhou para a Times, Life e a National Geographic e tem as fotos mais lindas que já vi, a Sophie até o cita no livro dela como "o guru da luz". O Joe consegue transformar qualquer luzinha na iluminação perfeita, como ele mesmo disse "...eu quero dizer que boa é toda %*##$# de luz que estiver disponível". Ele trabalha com equipamentos carérrimos? Sim, mas é preciso ser um gênio na fotografia até para saber quando usá-los ou quando dispensá-los por um simples lençol na janela que já lhe dará a iluminação para uma foto tão boa que vira capa da Life.
O que eu vi de comum a esses fotógrafos é que o trabalho da foto perfeita vem sempre de uma maneira inesperada e você tem que saber como aproveitar o melhor de cada situação para ter registrado cada momento da melhor forma possível, e sempre  inovando. Você pode até tornar a torre eiffel como novidade se você souber como fotografá-la. Não quer dizer que você deva seguir todas as "regras" da fotografia sempre mas como disse o Kevin "...você deve saber como as regras funcionam para saber quando quebrá-las".
Eu ainda tenho muito (e põe muito nisso) o que aprender para chegar aos meus sonhos de foto, mas já consegui começar a sair da zona de conforto do automático e agora todas minhas fotos são no manual. Ainda quero comprar um flash, um tripé, lentes (uma de 50mm que se alguém quiser me doar estou totalmente aberta a presentes XD) e outras coisinhas, mas no momento ando dura que só então fica para o futuro. Enquanto isso vocês podem me acompanhar pelo meu flickr. Comentando e dizendo o que vocês acham, críticas construtivas são muito mais do que bem vindas. Se vocês também tiverem alguma página é só falar que eu sigo.
E caso queiram conferir o trabalho da Sophie, do Kevin  e do Joe:
Sophie Goldsworthy
Joe McNally
Kevin Meredith

Nota:


aos três ;D.

P.s: Todas as fotos que eu utilizei pelo post são minhas e vocês podem vê-las melhor pelo flickr =D.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Eu sou o mensageiro (The Messenger) - Markus Zusak

Postado por Hellen às 18:28 0 comentários
"Tu é um homem morto," ouço aquela voz de novo, e vejo as palavras na minha cara quando entro no táxi e olho no espelho retrovisor.
 Isso me faz pensar sobre minha vida, minhas realizações inexistentes e minhas habilidades gerais de incompetência.
Quando estou tirando o carro do estacionamento, penso: Um homem morto. Ele tem razão.
Quando li "Eu sou o mensageiro" pela primeira vez 4 anos atrás o coloquei no meu Top 5 de livros favoritos. Outros livros chegaram junto e até o fizeram cair algumas posições, mas não chegaram ainda a retirá-lo desse grupo seleto (ui). O motivo de eu gostar tanto dele é o mesmo pelo qual eu gosto tanto de "O apanhador no campo de centeio", identificação junto a um bom protagonista com ótimo desenrolar de fatos típicos. Muito "tapa na cara" também (quando parece que o autor te conhece e está jogando tudo na tua cara).
Em "Eu sou o mensageiro" Markus Zusak traz a vida Ed Kennedy, taxista, 19 anos. Ed tinha sua vidinha mais ou menos e pretendia continuar assim mesmo. Até o dia em que ele e seus três melhores amigos (Marv, Audrey e Ritchie) acabam parando como reféns no assalto de um banco. Só que ele nem consegue levar o ladrão a sério, a primeira frase do livro é "O assaltante é um mané." Então em um ataque de loucura/impulsividade de Ed junto a "manezice" do ladrão, Ed acaba conseguindo encurralá-lo para que a polícia o prenda. Depois disso a vida de Ed muda de uma forma que ele não imaginava. Ele começa a receber Ases de baralho no seu correio cada um deles com três missões que Ed terá que realizar na vida de completos estranhos. Quem envia a carta e o por quê disso tudo é um mistério, mas não é o que te prende no livro. No fundo saber o autor das cartas é o de menos.
Ed resolve dar uma olhada nas casas que o primeiro Ás lhe designou e descobre uma senhora solitária, uma menina insegura e uma mulher que é violentada diariamente pelo marido. Ele nem sabe o que deveria fazer nestes lugares, mas resolve verificar cada um. E é os observando que Ed começa a entender um pouco de suas vidas, identifica as fragilidades e por vezes reconhece a si mesmo em alguns casos. O curioso é que embora Ed não consiga ajeitar a própria vida ele sempre vê um jeito simples e eficiente de ajudar aqueles que lhe são designados. Por vezes tendo que cometer quase crimes, outras entregando presentes meramente simbólicos como uma caixa de sapatos vazia ou uma casquinha de sorvete.
Cada pessoa que ele encontra é um novo desafio e  sem perceber ele também evolui com cada caso. O Ed do início do livro era um homem morto sem saber disso, como muitos de nós que caímos no conformismo e seguimos assim o quanto puder =/. O que Markus Zusak faz  com as cartas é torná-las um lembrete de como Ed não é somente aquele quase nada que ele resolveu ser. Zusak só chega a pecar no final do livro ao não conseguir dar uma boa resolução a origem das cartas. Este é o único motivo de eu não dar uma nota máxima ao livro. Mas por favor não o descarte por causa disso (e nem por eu estar fazendo parecer um livro de auto ajuda, por razões "cósmicas" não estou conseguindo me expressar devidamente no post).
O que trás a surpresa do livro é cada mensagem inesperada que é recebida e as pessoas que tem que ser ajudadas. Às vezes até a forma de se desvendar a mensagem é um grande trabalho. E o melhor é que o autor consegue passar por tudo de uma forma leve e muito bem humorada, o livro arranca boas risadas de um humor não apelativo e muito bem colocado. Como o livro é na primeira pessoa conta muito o Ed ser um cara legal e que rir da própria desgraça no fim das contas, porque livro na primeira pessoa com protagonista "mimimi" é de cortar os pulsos.
Eu não sei se consegui transmitir o que eu realmente queria, se possível enchia isto aqui de vários bons quotes que ele tem, mas resumindo: eu gosto muito desse livro e só acho que todo mundo deveria ler ;).

Nota:    

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A Guerra dos Mundos (The War of the Worlds).

Postado por Hellen às 17:18 1 comentários
Se você como eu assistiu o filme do Spielberg, que leva o mesmo nome só que sem o artigo, antes de ler o livro já lhe digo que pode tirando aquela imagem dos Estados Unidos explodindo enquanto Dakota Fanning e Tom Cruise correm desesperadamente por suas vidas. O livro se passa na Inglaterra, com um homem casado sem filhos, então nada de carros e pontes pelos ares, nada da pequena Rachel em pânico. O que Spielberg aproveitou mesmo do livro foram as descrições dos alienígenas e a ideia central da humanidade sendo eliminada sem dó nem piedade, como se fossemos meras formigas. Mas todo mundo sabe que o que o pai do E.T gosta mais do que alienígenas são crianças interagindo com alienígenas então vamos criar uma filha para o protagonista e ver o público sofrer com pena dessa pobre criança o filme todo.
Poor little Rachel

O livro de H.G. Wells é todo narrado em primeira pessoa pelo protagonista e é daquelas histórias em que o narrador gosta de interagir com leitor. Ele é bem descritivo e com poucos diálogos, o que pode tornar a leitura um pouco cansativa, mas não menos interessante. Tudo começa com uma reflexão da destruição que os marcianos causaram a Terra e que nós não somos nem um pouco diferente com aqueles que consideramos "inferiores", e isso aparece em todas as histórias de colonizações.
Os tasmanianos, apesar de sua configuração humana, foram totalmente varridos da existência, num período de cinqüenta anos, numa guerra de extermínio empreendida pelos imigrantes europeus. Somos por acaso tamanhos apóstolos de misericórdia para podermos nos queixar de que os marcianos tenham feito a guerra no mesmo espírito?
 A partir do segundo capítulo é que temos a chegada do primeiro cilindro que nos levará aos dias de tormenta do início da exterminação humana. Como o cilindro caiu no interior da Inglaterra, de início o resto do mundo ignorava totalmente a ideia de que marcianos possam ter invadido a Terra. Só quando eles começam a  atingir outras regiões e se dirigir ao centro de Londres é que o mundo toma consciência do que realmente está ocorrendo. Durante a fuga do nosso protagonista junto a sua esposa os dois tem que se separar e acabamos tendo outros companheiros durante o livro, sendo os principais o vigário e o artilheiro. Os dois em momentos totalmente diferentes e que reagem a tudo de uma forma mais contraditória ainda. O vigário que acaba sendo nosso companheiro na maior parte do tempo, age como uma criança que precisa ser orientada, alimentada, guiada o tempo inteiro. Aquele tipo de pessoa que é intrinsecamente mimada e só quer suprir as próprias vontades, tamanho o desespero e ansiedade. Ele representa muita gente que parece "equilibrada" mas quando posta em situações limites esquece de tudo em que crê, perde todas as esperanças e se carrega para a própria a destruição.
Por alguns capítulos nós deixamos de acompanhar a luta do nosso narrador e vamos para  a de seu irmão que vive em Londres e mostra como tudo vai por lá, enquanto os marcianos ainda não chegaram mas a presença na Inglaterra já foi confirmada. E é lá capital inglesa que fica mais evidente o pânico que se abatia sobre as pessoas e como elas esqueciam completamente do próximo só pensando em salvar a sua própria vida. O medo as dominava e com isso elas faziam coisas terríveis, sem se importar a quem estavam ferindo conquanto que elas saíssem vivas."Mas por mais variada que fosse sua composição, aquela multidão toda tinha certas coisas em comum. Havia medo e dor em seus rostos, e havia medo perseguindo-os". Ele chega até mesmo a se espantar ao ver um homem caído sendo ajudado por amigos, dizendo que aquele tinha sorte de ainda ter amigos.
Não esqueci do artilheiro, só deixei ele por último por ser ele o autor dos diálogos mais profundos que o narrador tem. Apesar de ser somente um soldado sem grande formação, o artilheiro tem uma grande visão de tudo o que está acontecendo. Começa a elaborar um plano de sobrevivência para ele e aqueles que sobreviverem e quiserem se juntar, mas não para gente fraca que se desespera e entrega tudo. E avalia as possibilidades de rumo dos que sobraram, como o de existir gente que é tão conformista com qualquer situação conquanto que esteja boa para si que se os marcianos quiserem criar alguns humanos como seus animais de estimação e lhes dizer que cacem os outros eles farão de bom grado, já que isso os garante a sobrevivência.
O livro todo apesar de ter como pano de fundo uma invasão extra terrestre é muito mais uma avaliação da sociedade em que sempre vivemos, que sempre destruiu o mais fraco sem qualquer compaixão se preciso fosse para benefício próprio.
Seguramente, se nada mais aprendemos com esta guerra, ao menos ela nos ensinou a piedade - piedade por essas almas desprovidas que sofrem nossa dominação.

P.s: Na década de 40 Orson Welles realizou uma dramatização radiofônica do livro, fazendo uma leitura como se fosse um boletim no noticiário. Alguns ouvintes acreditaram que realmente estava ocorrendo uma invasão alienígena nos Estados Unidos levando a população ao pânico, o que levou um processo judicial a Welles. Quem quiser ouvir é só clicar aqui =).

Nota:   

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

As vantagens de ser invisível (The Perks of being a wallflower)

Postado por Hellen às 13:42 5 comentários

O motivo de eu ter procurado por "As vantagens de ser invisível" foi: Logan Lerman e Emma Watson estavam fazendo um filme juntos (pois é, sou dessas). O negócio foi que depois que vi Percy Jackson e Hermione Granger iam atuar juntos procurei saber que filme era esse, e assim descobri que era baseado em um livro e para ficar mais mágico o livro já tinha sido traduzido e publicado pela Rocco no Brasil :DDD. Mas aí comecei a minha busca pelo livro e com um pouquinho de dificuldade eu o consegui.

"...às vezes as pessoas usam o pensamento para não participar da vida."

O livro é escrito na forma de cartas que Charlie envia a uma pessoa anônima contando o que tem ocorrido na sua vida ultimamente e ligando com fatos passados, como se fosse um diário. Mas Charlie prefere contar isso a uma pessoa do que a um diário que nada entende, mesmo que ele não receba qualquer resposta dessa pessoa. Só por aí leitor já percebe que Charlie não é um adolescente comum. No auge de seus 15 anos Charlie se encontra meio perdido após seu melhor amigo suicidar-se o que faz ele ficar ainda mais solitário do que já era. Isso começa a mudar quando Charlie conhece Patrick, Sam, Alice, Mary Elizabeth, Bob e Craig. Com exceção de Bob e Craig que não estão mais na escola, todos os outros são da turma do último ano escolar, sendo então os companheiros de Charlie da hora do intervalo e fora da escola. Fora estes novos amigos, uma nova pessoa na vida de Charlie é Bill, seu professor de inglês avançado, que gosta de dar a ele clássicos da literatura mundial para que ele possa escrever sobre e discutir. E são essas pessoas que começam a influenciar na vida de Charlie que até então insistia em ser “invisível”.

Este romance de Chbosky apesar de ser sobre um adolescente um tanto perdido na sua adolescência não é uma cópia do famoso “O Apanhador do Campo de Centeio” de Salinger. Eu não gosto muito de fazer comparações mas é que os dois são sobre garotos adolescentes meio perdidos e que tiveram uma grande perda eu acho que alguém pode achar que um fez cópia do outro (e tenho certeza que se fossem atuais a mídia estaria gritando “O NOVO APANHADOR”). Mas Charlie e Holden são adolescentes totalmente diferentes, ambos muito inteligente mas ainda assim muito diferentes. O que chega até a ser refletido em uma das passagens do livro por Charlie, que não é o que passamos que define o que vamos ser. Podemos passar por situações totalmente iguais e nos tornarmos pessoas completamente diferentes, porque é a escolha de como encarar tudo é o que realmente te define.

Aqui ao contrário da história de Salinger a trama acontece em um tempo um pouco maior, 1 ano contra os dois dias da vida de Holden. E nesse espaço de tempo vemos um amadurecimento grande de Charlie. Digo isso porque no início do livro eu me perguntava se teria uma passagem de tempo grande, pois jurava que era uma pessoa muito mais nova escrevendo. Mas depois percebi que Charlie tinha uma inocência, muito bonita por sinal. Que fazia com que ele quisesse que todos fossem felizes, mesmo que para isso tivesse que colocar a vontade das pessoas na frente da sua. Interessante também é a forma como ele avalia o interesse de todos em ganhar alguma coisa mesmo quando supostamente estão fazendo algo por você, afinal se você ficou bonito na foto foi por eu ser um bom fotógrafo e se te dei tal presente foi para que se lembre de mim ao invés de ser para que você goste. É essa mesquinhez que nos cerca que faz Charlie questionar o comportamento alheio o tempo todo e lhe dar a vontade de ser diferente.

Uma outra grande semelhança grande que os livros de Chbosky e Salinger tem são os momentos de reflexão com atos simples, como o de se sentir infinito só porque você está em um carro com seus melhores amigos ouvindo a música perfeita. Então mais uma vez eu vos digo: Leiam, no duro.

"E naquele momento eu seria capaz de jurar que éramos infinitos."

Nota:

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Os Descendentes

Postado por Hellen às 05:55 3 comentários
Uh lala. Começou a melhor temporada nos cinemas do Brasil: pós o anúncio da lista de indicados do Oscar. Isto é, quando os cinemas tomam vergonha e começam a passar os filmes que deveriam ter passado no ano anterior mas que não passaram porque achavam que "Se beber não case 2" daria mais audiência então agora correm contra o tempo para mostrar tudo até dia 26 de fevereiro. Eta lele =D. Então começando a minha corrida junto aos cinemas essa semana fui assistir Os Descendentes e Os homens que não amavam as mulheres, este último não está no Oscar mas é o must see da estação.



Os descendentes conseguiu me cativar logo no início em que o protagonista, Matt King (George Clooney), diz que só porque ele mora no Havaí seus amigos de fora acham que ele não tem problema nenhum, passa o dia ouvindo o uhla e em cima de um prancha de surf. Eu sinto isso na pele porque o fato de morar em Salvador já fez com que ouvisse pessoas de outras estados que eu devia passar o dia na praia e ir dançar o olodum de noite no pelourinho, aliás é só assistir os noticiários nacionais que toda vez que eles se referem a Salvador é se vai ter praia ou não no dia seguinte ¬¬. Bem eu nem lembro qual foi a última vez que fui a uma praia e Matt King diz que já faz 15 anos que ele não sobe em uma prancha de surf. Matt é um advogado bem sucedido cuja mulher, Elizabeth, acabou de sofrer um acidente enquanto praticava esses esportes de aventura, bateu a cabeça em uma pedra e está em coma...morrendo. Com a mulher nesse estado Matt tenta se reaproximar das filhas, Alexandra e Scottie, de quem ficou afastado durante anos por estar sempre mais envolvido com o trabalho. Scottie é a caçula de 10 anos e com quem Matt não convivia direito desde os 3, e agora está praticamente o enlouquecendo com essa coisa de ser pai em tempo integral. Alexandra tem 17 anos e não tem um bom relacionamento nem com pai e nem com a mãe. No seu último contato com a mãe elas tiveram uma grande discussão que só agora ela revela que era sobre a sua mãe está tendo um caso.

A primeira vista o filme parece ter um roteiro não muito empolgante, afinal é a vida de um cinquentão cuja mulher ta nas últimas e não se dá muito bem com as filhas, mas quando se tem uma boa equipe até as mais banais das histórias podem se tornar surpreendentes e é isso que ocorre em Os Descendentes. Matt e Alexandra entram em uma busca para encontrar o amante de Elizabeth, ao mesmo tempo eles tentam preservar Scottie e tem em mão uma decisão que afeta todos os moradores do Havaí. Matt e seus primos são meio que herdeiros da realeza havaiana, tendo em mãos milhares de hectares inabitados no Havaí e o governo espera que eles dêem um rumo nessas terras em até 7 anos, sendo Matt o principal responsável pela decisão. A trama se torna esse novelo de decisões, buscas e descobertas. Descobertas de si mesmo, uma busca pelo tempo perdido e ao mesmo tempo vendo que há coisas que não tem mais volta então temos que aceitar os nossos erros e seguir em frente independente da dor. Como ocorre com muita frequência na nossa própria vida. Eu sou meio fã dessas coisas que com sutileza falam muito por isso recomendo o filme.

O filme apesar de trazer temas dramáticos também conta com uma leve comédia que faz você dar risada após ter se debulhado em lágrimas. Até agora dos indicados ao Oscar só assisti ele e Meia Noite em Paris, e embora Os Descendentes já tenha levado o Globo de Ouro não sei se leva o Oscar também ainda estou muito curiosa com O artista e Vidas Cruzadas. No entanto se levar fez por merecer =).


Nota:

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Smash + Once upon a time

Postado por Hellen às 04:15 4 comentários
O ano começou e junto com ele mais séries para alegrar a nossa vida :D.
Uma delas já tinha começado ano passado mas a outra acabou de sair do forno, as duas muito bem recomendadas.
"Stars aren't born. They're made"

A recém nascida Smash já tinha uma equipe que prometia e conseguiu cumprir essa promessa no seu piloto. Ela conta com a produção de Steven Spielberg e os produtores de Chicago (Craig Zadan e Neil Meron) junto a músicas originais feita pelos compositores de Hairspray ♥ (Marc Shaiman e Scott Wittman). E apesar de musical ela não tem nada haver com a outra única série musical que eu conheço Glee (eu até gosto de Glee mas sei de muita gente que não gosta e pode torcer a cara para Smash achando que é mais um musical colegial). A série começa com os compositores Júlia e Tom que tem a ideia de fazer um musical sobre a vida de Marilyn Monroe mas para isso eles precisam de um produtor, um diretor e uma Marilyn.
A produção do musical acaba ficando na mão de Eileen Rash, que no momento está em um divórcio complicado. A direção fica com Derek Wills, que já teve problemas com Tom no passado. Mas a melhor parte é a disputa para o papel de Marilyn que fica entre a garçonete novata Karen Cartwright e a já artista de Broadway, mas sempre com papéis pequenos, Ivy Lynn. Como era de se esperar fica uma discordância entre a equipe sobre qual Marilyn escolher junto aos conflitos da vida pessoal de cada personagem. O musical mostrou uma boa produção, coreografia, músicas inéditas bem chicletes e legais de cantar. Tudo isso logo no primeiro episódio e acredito que ainda vai crescer muito com o passar do tempo.


nota:
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Once upon a time...
Essa já está no 9° episódio e eu só fui começar a assisti-la agora. Alguns amigos já tinham recomendado mas por problemas aleatórios (aka preguiça) eu não tinha começado. Once upon a time como o próprio nome sugere é relacionada com os contos de fadas. A Rainha má que aqui é Regina (Regina/Rainha hahaha adoro esses trocadilhos) com raiva da felicidade alheia e de alguma coisa que a Branca de Neve a fez (mas que até então não foi revelado) envia todo mundo para o mundo real, onde eles esqueceram quem são e vivem essa vidinha meeira que estamos acostumados. O que acontece é que eles estão presos em uma cidadezinha chamada Storybrooke devido maldição e se qualquer um tentar sair algo de ruim acontece. Para acabar com tudo isso a única pessoa que pode salvá-los é Emma, o que muda aquele fato típico de contos de fadas em que a mocinha tinha que esperar um príncipe ir salvá-la( Girl Power nos contos de fadas \=D/). Os roteiristas da série são os mesmos de Lost, e você percebe a semelhança naquilo de vermos a história aprofundada de um personagem por vez a cada episódio interligando todos eles aos poucos. Ela já se tornou o meu maior vício do momento e se você gosta de contos de fadas certeza que você vai amar também.

Nota:
 

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