terça-feira, 15 de junho de 2010

Admirável Mundo Novo

Postado por Hellen às 15:37 7 comentários
O "Admirável Mundo Novo" (Brave New World) de Aldous Huxley foi escrito em 1932 mas já conseguia prever muita coisa que a nossa sociedade vem despencando. Só que nessa nova Londres tudo acontece de uma forma muito mais brutal e explícita.
Durante a leitura foi um livro que encantava em uns momentos, me chocava em outros e me deixava loucamente confusa nos demais.
Começando pela confusão, a escrita dele em si era um tanto enlouquecedora. Se tinha uma mistura entre 2,3,4 núcleos ao mesmo tempo. Eram várias conversas e acontecimentos separados sendo relatados seguidamente. Na primeira vez que isso aconteceu eu me perdi toda e tive que voltar 5 vezes para entender o que se passava *burra*. Mas depois que você entende essa mistura fica bem interessante, porque apesar de serem situações separadas elas eram interligadas de certo modo.
Além da escrita esse é um livro cheio de fatores que chamam a atenção. A história se passa em uma nova Londres, onde tudo é "perfeito" porque a sociedade vive eternamente em estabilidade, todos são "felizes" em um verdadeira "civilização". E aja aspas, porque para existir tal perfeição tem muita coisa por debaixo do tapete. A sociedade é perfeita e estável com todo mundo sendo feliz porque eles simplesmente foram condicionados desde a sua criação a amarem o que são. Nessa nova sociedade não existem famílias, todos são gerados em laboratórios, já divididos por castas: Alfas, Betas, Gamas, Deltas e Ipisolones. Desde essa criação eles já sofrem influências e certas brutalidades que fazem com que os Alfas sejam os mais desenvolvidos fisicamente e intelectualmente e os Ipisolones os menos. Além destas características já presentes em suas genéticas, eles crescem sendo condicionados a amarem tudo o que eles tem direito e a detestarem aquilo das outras castas, com cada um acreditando que ele é o mais feliz de todos. Esse condicionamento constitui em ouvir diversas vezes a mesma coisa repetidamente enquanto dorme, choques e traumas infantis, etc. Coisas que mais tarde eles nem mesmo vão se lembrar de porque a repulsão por algumas coisas e amor por outra.
Além disso para trazer uma estabilidade as pessoas não podem ser reprimidas e nem desenvolver afeições pelas outras. Sendo assim a galera vive em um clima de orgia, onde todo mundo é de todo mundo. E imoral é falar a palavra "mãe". Isso é incentivado neles desde a infância, onde crianças brincam de jogos eróticos, aí vem a parte que mais choca.
O mundo novo todo foi gerado com um intuito: gerar lucro. Se você tem instabilidades, afeições ou qualquer tipo de sentimento ou problema você não consome tanto.
Aldoux Huxley em seus meros 20 anos nos mostra que para conseguir essa sociedade perfeita, estável e puramente consumista é necessário abrir mão dos sentimentos, vontade própria, anseios, de uma vida real. Viver uma "felicidade falsa" é o que garante o progresso do governo.
Numa sociedade adequadamente organizada como a nossa, ninguém tem a oportunidade de ser nobre ou heróico. É preciso que as condições se tornem essencialmente instáveis antes que se apresente tal oportunidade.

O ponto negativo do livro é o desenvolvimento dos personagens principais. São todos muito confusos e incertos com o que querem, não consegui desenvolver afeição por nenhum deles e enquanto esperava altas atitudes em alguns momentos a decepção acabava por vir =/. Contudo lá para o fim do livro em que ele resolve dar várias explicações do mundo novo, você pode contar com diálogos diferenciados e inteligentes.


Nota:



 

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